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Trecho do livro AS CORES DA LUZ

LUZ - a luz no pensamento

Nas mitologias orientais, Maya aparece como uma deidade cujos atributos podem cegar o devoto com as ilusões, mas também revelar-lhe a verdade. Platão criou uma imagem memorável para as falsas crenças e ilusões de que não raro sofremos. Ele escreveu que somos todos como habitantes de uma caverna, acorrentados ao solo, com o olhar voltado para sombras que percorrem uma parede, sombras que tomamos por realidades. O primeiro homem a escapar da caverna da ilusão em que vivemos é o filósofo, aquele dentre nós que consegue perceber que vivemos, de certa forma, vidas de ilusão, aprisionados por sombras e correntes que não foram criadas por nós. Ao voltar à caverna com seu estranho relato de outras realidades, ele será aclamado por alguns e vaiado por outros. No mito da caverna, os homens preferem se contentar com as sombras a conhecer o lado de fora. Na maior parte das vezes, preferimos permanecer onde estamos, por mais adversa a situação seja.

Esse comodismo, entretanto, não se restringe ao medo do desconhecido, mas também à própria falta de vontade em esforçar-se para que a condição seja modificada. Se o desconhecido magnetiza pelo medo, apenas o conhecimento e a liberdade nos permitem enfrentá-lo. O medo de enxergar a verdade fortalece a ignorância. Como disse Nietzsche: "Por vezes as pessoas não querem ouvir a verdade, porque não desejam que as suas ilusões sejam destruídas".


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Fernando Dassan


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