vimeofacebookinstagrame-mail

Trecho do livro AS CORES DA LUZ

HARMONIA - equilíbrio e liberdade

As obras produzidas em múltiplos exemplares, como impressão, gravuras, fotografias, serigrafias, vídeos e outras mídias, fizeram com que o mercado de arte criasse padrões de controle confiáveis para a comercialização de arte. A série de um determinado artista tem a autenticidade comprovada em um número limitado de cópias legitimadas. A relação entre arte e dinheiro sempre foi conturbada. A obra de arte não tem somente um valor estético ou econômico, mas também social. Os lares dos ricos, assim como os castelos e palácios da nobreza eram decorados com pinturas e esculturas. Nesse período, surge o colecionador de arte. No século XVII, é fundada a Academia Real de Belas-Artes, instituição de ensino que garante o aprendizado, a circulação das obras e principalmente, a hegemonia dos estilos predeterminados. 

Os artistas vendiam seus trabalhos diretamente em feiras ou pelos 'marchands' - mercadores-promotores que investem, comercializam e divulgam os trabalhos dos artistas. Em geral, o valor artístico de uma obra nunca corresponde a seu valor de mercado. O artista sempre espera um valor maior. Notável foi o que aconteceu com os pintores impressionistas, que foram negligenciados pela burguesia da época e durante todo o século XX tornaram-se alvo de grandes especulações do mercado de arte, quebrando todos os recordes de preços nas casas de leilões mais famosas.

O mercado de arte tem pelo menos dois lados a ser considerados: de um lado, a oferta é teoricamente finita e a raridade crescente (a raridade artística é deliberadamente criada para ser economicamente valorizada); de outro lado, os valores artísticos são definidos pela história e consenso social, o que demanda tempo. A distinção entre valores estabilizados e valores incertos não é clara e nem definitiva. As obras dos artistas são heterogêneas. Como esse público determina aquilo que escolhe? Quais são os artistas que caem no gosto popular? Atualmente, galerias, revistas especializadas, a crítica de arte, os curadores e os museus, são alguns dos importantes elementos intermediários entre o artista e seu público consumidor. 

Página 206

Fernando Dassan


© 2020 All rights reserved.