Trecho do livro AS CORES DA LUZ
HARMONIA - equilíbrio e liberdade
Equilíbrio é o estado de estabilidade devido à ação igual de forças opostas. Na mitologia grega, o equilíbrio esteve muito ligado à deusa Têmis, filha de Urano e Gaia e irmã de Nêmesis, a deusa da retribuição. Têmis representa a estabilidade e solidez. Sua capacidade para prever o futuro permitiu-lhe tornar-se um dos oráculos de Delfos, sendo identificada como a deusa da justiça divina. Ela cuidava da relação apropriada entre homem e mulher, a base da família corretamente ordenada e os juízes eram frequentemente chamados de "themistopóloi" (os servos de Têmis). Sua filha Dice, deusa da justiça, é a protetora dos oprimidos e vingadora das violações da lei.
A balança, que simboliza o equilíbrio e a justiça, tem a função de medir e de pesar os atos dos homens, tanto na vida terrena como na espiritual. Na tradição egípcia, as balanças do mundo subterrâneo pesavam as almas na sua passagem para o outro mundo.
A palavra 'equilíbrio' tem origem latina 'aequilibrium', composta por 'aequus' (igual) e 'libra' (balança). Viver em equilíbrio é nivelar a balança da vida. No taoismo, que expõe a dualidade de tudo que existe no universo, existem duas forças fundamentais opostas e complementares (Yin e Yang), que se encontram em todas as coisas. O equilíbrio entre essas forças garante a nossa existência, pois nada se mantém no estado puro: nem na atividade absoluta, nem na passividade absoluta, mas sim em transformação contínua. Esteticamente, o equilíbrio proporciona a beleza simétrica. A simetria expressa a igualdade entre duas partes ou lados de algo.
Em 1917, na Holanda, formou-se o grupo 'De Stijl' (O Estilo), com a finalidade de criar um modelo de pintura válido para a "nova consciência da época", que substituiria o "individual" pelo "universal". Só a arte "universal" permitia a composição abstrata, como um "equilíbrio da posição e peso da cor". O grupo tinha como principal objetivo encontrar uma nova forma de expressão plástica composta a partir de elementos mínimos: a linha reta, o retângulo e as cores primárias. Rejeitando a simetria, o grupo procurava, através da combinação de linhas e ângulos retos, um equilíbrio dinâmico que tocasse a "beleza universal".
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