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Trecho do livro AS CORES DA LUZ

HARMONIA - sistemas cromáticos

Em 1905, o pintor e professor estadunidense Albert Munsell (1858-1918) publicou um sistema de ordenação de cores com cem tipos de tonalidades. O resultado foi a criação de um espaço de cor, ao qual ele chamou de "árvore da cor", no qual as tonalidades com suas diferentes saturações são dispostas ao longo de uma escala de cinzas. Nesse sistema, Munsell criou um círculo cromático com vermelho (R), amarelo (Y), verde (G), azul (B) e púrpura (P) e tonalidades intermediárias – amarelo-vermelho (YR), verde-amarelo (GY), azul-verde (BG), púrpura-azul (PB) e vermelho-púrpura (RP) – organizados em torno de uma escala neutra (N) de dez cinzas. Em 1942, o American Standarts Organization recomendou o seu uso para especificar as superfícies coloridas.

Em 1916, o químico e filósofo alemão Friedrich Wilhelm Ostwald (1853-1932) publicou a sua "Cartilha de cores", resultando em um sistema de ordenação que sobreviveu por 15 edições. Cada pigmento pode ser caracterizado por especificações sobre conteúdo de cor, conteúdo de branco e conteúdo de preto. Ele estabeleceu as diferenças entre cores cromáticas e acromáticas e organizou as acromáticas em uma escala de cinzas, ao longo de uma linha com oito graduações. As cores puras foram organizadas em círculo completo baseado no sistema de Hering, começando com quatro cores básicas: amarelo no norte, vermelho no leste, azul no sul e verde no oeste. Quatro cores foram colocadas entre cada cor plena: laranja entre amarelo e vermelho, violeta entre vermelho e azul, turquesa entre azul e verde, verde-folha entre verde e amarelo. Com essas oito cores, Ostwald construiu 24 tonalidades ao longo do círculo. Partindo das cores plenas, ele construiu as cores claras e escuras perceptivelmente distantes do branco e do preto, respectivamente. Quanto mais afastadas das cores puras, mais impuras eram as cores. Cada cor impura pode ser definida pela mistura de uma tonalidade com cinza (originado do preto e do branco). A análise feita por Ostwald sobre as harmonias das cores teve o objetivo de entender porque algumas combinações de cores eram agradáveis (harmônicas) e outras desagradáveis.

O pintor e professor suíço Johannes Itten (1889–1967), que lecionou na Bauhaus, criou um círculo de doze cores. O esquema de Itten parte das três primárias: azul, amarelo e magenta (no lugar de vermelho), que são dispostas em um triângulo. Em volta deste triângulo, encontram-se as cores secundárias: verde, laranja e roxo, resultante das misturas das cores primárias. O círculo é formado das cores, primárias, secundárias e terciárias (mistura de uma cor primária com uma secundária). Para ele, ao misturarmos azul com vermelho, não teremos violeta, pois a cor azul "impura" tira o croma da cor vermelha, dando-lhe um aspecto pálido. Ele conseguiu resultados aproximados ao violeta, utilizando o magenta em vez de vermelho. Somente em 1961 ele publicou o livro "A arte da cor", relatando a sua experiência teórica e prática para o ensino das cores. A teoria geral dos contrastes foi a base de seus ensinamentos. Os olhos e a mente conseguem distinguir perceptivelmente através de comparação e de contrastes. Itten valorizou os aspectos subjetivos das cores relacionando-as de acordo com o estado emocional e personalidade da pessoa para estabelecer a harmonia cromática.

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Fernando Dassan


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