vimeofacebookinstagrame-mail

Trecho do livro AS CORES DA LUZ

CORES - cor-luz e cor-pigmento

A Revolução Industrial trouxe, com os enormes avanços da química, uma grande variedade de novos pigmentos. Sais de cádmio deram origem a amarelos e laranjas vibrantes, compostos de cromo originaram inusitados amarelos e verdes, e os derivados de cobalto, azuis de tonalidades surpreendentes.

Entretanto, nem todos estes pigmentos permaneceram estáveis ao longo do tempo. Reações químicas com os solventes somados à ação da luz causaram grandes mudanças em alguns deles. Bellini, Rafael e Tintoretto, no século XVI, usaram verdes preparados com derivados de cobre diluídos em terebintina, que com o passar do tempo se transformaram em pretos.

Mesmo na atualidade, alguns pigmentos se mostram instáveis. Tintas à base de caseína foram muito populares no século XIX. A têmpera, uma emulsão de gema de ovo com óleo, é usada ainda hoje, tal como a cera encáustica. O guache é uma variedade de aquarela opaca muito usada desde a Idade Média e é genericamente composto por um pigmento misturado com goma arábica ou com a clara do ovo.

No século XX, as tintas à base de água, como aquarela, acrílico e látex tornaram-se muito populares. A indústria de corantes, que hoje produz sobretudo pigmentos sintetizados em laboratório, abriu caminho para um setor que acabaria produzindo antibióticos, explosivos, perfumes, tintas para pintura, tintas de caneta e para impressão, pesticidas e plásticos.

A indústria da química orgânica ganhou força na Alemanha a partir de três companhias fundadas na década de 1860: Basf, Hoechst e Bayer. Por volta de 1881, as três empresas já eram responsáveis por metade da produção mundial. Na virada do século XX, a Alemanha já havia conquistado quase 90% do mercado de corantes.

Página 132

Fernando Dassan


© 2020 All rights reserved.